Quem já procurou vinhos italianos com certeza já viu ou ouviu falar do Vinho Chianti. Os mais desligados com nomes devem lembrar do símbolo desse vinho, pois sua marca é o famoso galo negro.
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Inicialmente é importante esclarecer o que muitos já se perguntaram: Chianti não é nome de uma uva, mas sim de uma região da Itália, localizada entre as cidades de Florença e Siena. O vinho é conhecido pelo nome da região, pois, assim como ocorre com os vinhos da região de Bordeaux, na França, os vinhos de Chianti tem um corte (mistura de uvas) tradicional – maior parte de sangiovese, alma desse vinho – e um pouco de outras uvas locais ou internacionais, dependendo das regras de cada sub-região.
Recentemente os produtores se uniram para criar uma padronização do corte. Entretanto, apesar das novas regras, a diversidade de vinho Chianti ainda é enorme. Existem muitos tipos, desde os mais jovens e leves até os mais velhos, encorpados e complexos. No passado, a sua grande produção afetou um pouco sua qualidade, mas grandes produtores conseguiram resgatar a qualidade desse vinho e implementaram regras para a sua produção.
A melhora começou em 1984, quando foi criada a DOCG Chianti e a DOCG Chianti Clássico, fazendo com que os produtores de vinhos dessa região passassem a seguir as regras pré-estabelecidas acerca do plantio, da colheita, da produção, do tempo de envelhecimento e muito mais, o que diminuiu, significativamente, a discrepância entre a qualidade dos vinhos. De lá para cá os vinhos passaram a ter um bom padrão de qualidade e voltaram a ser apreciados e adorados mundo afora!
Se quiser saber um pouco mais a respeito da história desse vinho e dessa região, com os seus altos e baixos, leia o artigo Todos os Chianti – A história e os desafios dos mais tradicionais vinhos da Itália em todos os seus perfis e estilos, da Revista Adega.
O Vinho Chianti
A uva sangiovese é a alma de todos os Chianti. Essa uva é extremamente sensível a fatores externos, especialmente ao solo e ao clima. E por ser muito frágil, os aromas dos vinhos variam muito de acordo com o solo onde a uva é cultivada, o que confere singularidade a cada um deles.
Exatamente por isso que, para saber um pouco mais a respeito de determinado vinho Chianti, é preciso analisar o que vem escrito no rótulo depois da palavra ‘Chianti’, pois é o que indica a procedência geográfica da uva.
Diversas são as sub-regiões de Chianti, cada uma com características específicas e algumas regras particulares. Dentre elas, destacam-se: Chianti Colli Pisane, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Senesi, Chianti Colli Aretini, Chianti Montespertoli, Chianti Rufina, Chianti Montalbano. Para saber mais sobre as características de cada uma dessas sub-regiões, leia o artigo Chianti DOCG – Vinho Típico da Toscana, de Adriana Grasso.
Além da sub-região, o vinho Chianti tem, ainda, classificações relativas à forma de produção, como o “chianti” (vinho básico), o “riserva” e o “gran selezione”. O primeiro é o mais simples, mais leve e frutado; o “riserva” é mais encorpado, com aromas um pouco mais complexos, pois a legislação exige que envelheça por um período mínimo de 24 meses em madeira e 3 meses em garrafa; por fim, “o gran selezione”, classificação criada em 2013, é um vinho de qualidade superior ao “riserva”, com período de envelhecimento ainda maior – 30 meses, e que precisa ser feito com uvas provenientes de vinhedos próprios. De acordo com as regras locais, o período de envelhecimento começa a ser contado a partir de janeiro do ano seguinte ao da vindima (época de colheita da uva).
Na sequencia, tratamos um pouco a respeito das duas grandes DOCGs de Chianti e, ao final, daremos algumas sugestões desse delicioso vinho.
As DOCGs de Chianti
DOCG Chianti Clássico
A Denominazione di Origine Controllata e Garantita (DOCG) de Chianti Clássico é uma área específica dentro da grande região de Chianti, localizada entre as cidades de Florença e Siena e reconhecida por produzir vinhos de melhor qualidade.
A legislação exige que o vinho DOCG Chianti Clássico seja composto por, no mínimo, 80% de uva sangiovese. Os outros 20% podem ser de uvas da região, como a canaiolo e a colorino ou internacionais, como a cabernet sauvignon ou a merlot, desde que recomendadas e/ou autorizadas pela área de produção.
Vale ressaltar, ainda, que desde 2006 foi proibido o uso de cepas brancas no blend dos vinhos produzidos nessa DOCG – prática que, apesar de assustar alguns, era comum nessa região.
O Chianti Clássico deve ter graduação alcoólica de 12%. Quando jovem, é leve e equilibrado e tem cor rubi. Mas como a sangiovese é uma uva que tem capacidade para envelhecimento de médio a longo prazo, os vinhos que são envelhecidos se tornam mais encorpados, com cor vermelho escura e vão bem com pratos mais elaborados. Os envelhecidos são normalmente os Chianti Riserva (12,5% de graduação alcoólica) ou os Gran Selezione (13% de graduação alcoólica), feitos com uvas selecionadas e envelhecidos em barris de madeira e na garrafa.
Gran Selezione
- Uvas devem ser provenientes do próprio vinhedo
- Envelhecimento mínimo de 30 meses, incluindo 3 meses de envelhecimento na garrafa
- Regras técnicas e sensoriais bastante rígidas
Riserva
- Envelhecimento mínimo de 24 meses, incluindo 3 meses de envelhecimento na garrafa
- Regras técnicas e sensoriais rígidas
DOCG Chianti
A DOCG de Chianti engloba as demais áreas da região que não estão abrangidas pelo DOCG Chianti Clássico.
Os vinhos produzidos nessa DOCG devem ter em sua composição, no mínimo, 70% de uva sangiovese. O blend com uvas brancas não é proibido, mas foi restringido – o total de uva branca não pode ser superior a 10%. Além disso, a cabernet franc e a cabernet sauvignon não podem superar 15% – seja em conjunto ou separadamente. A graduação alcoólica é menor do que na DOCG Chainti Clássico, sendo a mínima de 10,5%.
Sugestões de Vinho Chianti
Vinho | Produtor | Região | Nota | Preço (R$) | Onde comprar |
---|---|---|---|---|---|
Chianti Colli Senesi 2009 | Castello di Farnetella | Colli Senesi | RP 89 VV 3.4 | 197 | Mistral |
Carpineto Chianti Classico Riserva DOCG 2010 | Carpineto | Chianti Classico | VV 3.7 | 125 | Wine |
Barone Ricasoli Chianti Del Barone DOCG 2013 | Barone Ricasoli | Chianti DOCG | VV 3.4 | 118 | Wine Brasil |
Gabbiano Chianti Classico DOCG 2009 | Castello di Gabbiano | Chianti Classico | VV 3.4 | 184 | Wine Brasil |
Chianti Colli Senesi 2013 | Fontaleoni | Chianti | Não localizamos | 117 | Mistral |
Chianti Gentilesco DOCG 2014 | Bonacchi | Chianti DOCG | VV 3.5 | 80 | Mistral |
Brancaia Chianti Clássico Riserva DOCG 2011 | La Brancaia | Chianti Classico DOCG | VV 3.9 | 219 | Grand Cru |
San Pancrazio Villa Masti Chianti DOCG 2014 | San Pancrazio | Chianti DOCG | Não localizamos | 57 | Grand Cru |
Chianti Superiore DOCG 2011 | Poggiotondo | Chianti DOCG | WS 90 | 173 | World Wine |
Chianti Querceto DOCG 2014 | Castello di Querceto | Chianti DOCG | VV 3.5 | 75 | Bacco's |
Chianti Rufina 2012 | Renzo Masi - Fattoria di Basciano | Chianti | VV 3.7 | 115 | Bacco's |
Informações atualizadas em julho de 2016.
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