Uma leve confusão ocorre quando nos deparamos com vinhos gaseificados. A regra básica está na celebre frase:
“Todo champanhe é espumante, mas nem todo espumante é champanhe”.
E o prosecco? Bom, podemos dizer, de cara, que nem tudo que não é champanhe é prosecco.
Neste artigo explicaremos um pouco a respeito das semelhanças e diferenças entre prosecco, espumante e champagne e, como de praxe, daremos sugestões de cada um deles! E daremos sugestões de espumantes brasileiros que se destacam no mercado nacional!
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Espumante, Prosecco e Champanhe (ou Champanha)
Afinal, quais as diferenças e semelhanças entre o prosecco, o champanhe e o espumante?
Podemos dizer que espumante é o mais amplo de todos, pois é todo vinho que sofre duas fermentações. Isso não significa, entretanto, que todo vinho que tem borbulhas é espumante, mas jajá voltamos a esse ponto. Vejamos primeiro o que é espumante.
Espumante é todo vinho que sofre duas fermentações e, portanto, que tem borbulhas. A primeira é a fermentação alcoólica, comum a todos os vinhos, que transforma açúcar em álcool. A segunda é a que produz as deliciosas borbulhas dessa bebida; pode ocorrer na própria garrafa – método champenoise (também conhecido como método tradicional), ou em tanques de aço inox – método charmat (mais adiante explicaremos exatamente como funciona cada um desses métodos).
Prosecco, por sua vez, inicialmente era o nome dado ao vinho feito com a uva prosecco, nativa da Itália. Assim, poderia receber esse nome qualquer vinho, italiano ou não, desde que tivesse sido feito com a uva prosecco. A Itália, entretanto, alterou o nome da uva, passando a chamá-la de glera, a fim de que o termo Prosecco ficasse reservado para as regiões produtoras desse vinho – Veneto e Friulli, ambas na Itália. Atualmente, portanto, Prosecco é o vinho espumante produzido em uma dessas duas regiões italianas.
Mas nem só de Prosecco vive a Itália! Outras regiões também destacam-se na produção de vinhos com borbulhas, como por exemplo as regiões de Lombardia e Trento! Um bom exemplo são os espumantes Ferrari, vinícola que ganhou o prêmio de melhor produtor de espumantes de 2015 no mais importante concurso de espumantes do mundo: The Champagne and Sparkling Wine World Championships.
lightbulb_outline | Peculiaridade: outra característica do prosecco (além de ser produzido somente nas duas regiões citadas) é que, ao contrário dos espumantes, a segunda fermentação sempre ocorre em tanque de inox, ou seja, o prosecco sempre é feito pelo método charmat. |
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Champanhe ou champanha (em francês champagne) é o nome dado ao vinho espumante produzido na região de Champagne, na França. De acordo com a legislação francesa, somente o vinho produzido na região AOC Champagne e que seguir todas as regras de produção pré-estabelecidas, pode ser chamado de Champanhe.
A região de Champagne tornou-se uma AOC em 1927 e é a AOC com regras mais rígidas de toda a França. A sigla “AOC” não aparece nas garrafas porque a palavra Champanhe já significa que o vinho foi produzida nessa AOC. É por isso que todo champanhe é espumante, mas nem todo espumante é champanhe.
Sentiu falta do Cava, o espumante espanhol? Confira nosso artigo sobre vinho espanhol e o delicioso espumante espanhol.
O que é Crémant?
O crémant é um espumante francês produzido pelo método tradicional, mas que não pode ser chamado de champanhe porque é produzido fora da região de Champagne.
A produção desse espumante francês que não é champanhe não segue regras próprias, mas sim as regras da região onde é produzido. Por exemplo, o crémant da Alsácia deverá respeitar as regras dessa região; o de Bordeaux, as dessa região e assim por diante.
Vale a pena degustar um desses espumantes, pois existem crémants maravilhosos, comparáveis ao champanhe em termos de qualidade, mas que são vendidos a preços bem inferiores simplesmente porque não podem usar o termo Champagne! Experimente, você não irá se arrepender!
E o vinho Frisante?
Além do prosecco, do espumante e do champanhe, não são poucas as vezes que nos deparamos com o vinho frisante. Ao contrário desses três, o frisante não pode ser considerado um vinho espumante, pois, via de regra, não passa pelas duas fermentações.
Na produção do frisante normalmente ocorre somente uma fermentação – a fermentação alcoólica. O gás carbônico – responsável pelas borbulhas, é introduzido durante essa fermentação, de forma artificial. Por isso que esse vinho tem menos borbulhas que os demais e não pode ser considerado como um espumante! É apenas um vinho com um pouco de efervescência.
História e o surgimento do Champanhe
Não é à toa que o mais famoso dos espumantes é o Champanhe. Esse maravilhoso vinho, admirado no mundo todo, nasceu na França, na região que atualmente é chamada de Champagne.
Dom Pérignon (nome que depois se transformou em uma das marcas mais famosas de Champanhe do mundo), monge beneditino, após ouvir reclamações de produtores de vinhos a respeito dos gases que se formavam na garrafa após a fermentação alcoólica e que faziam estourar as garrafas de vinho, passou a colocar os vinhos em garrafas mais resistentes e fixou as rolhas com arame.
Foi assim que conseguiu obter a segunda fermentação do vinho na garrafa, fazendo surgir o vinho espumante que atualmente recebe o nome da região onde é produzido – Champanhe.
Mas não foi só isso. Dom Pérignon, como grande estudioso do vinho espumante, também foi o responsável pela produção de vinho branco a partir de uvas tintas, da mistura de diferentes uvas para a produção do vinho espumante (como explicamos no artigo sobre vinho francês, na região de Champagne, são usadas 3 tipos de uva: a pinot noir, a pinot meunier e a chardonnay). Foi ele também que, ao tentar deixar as garrafas em temperaturas mais frias, teve a ideia de deixá-las em adega subterrâneas, método usado até os dias atuais.
Apesar da grande evolução trazida por Dom Pérignon, os vinhos ainda ficavam turvos em razão da borra formada pela morte das leveduras durante a fermentação que ocorre na garrafa. O resultado final, portanto, ainda precisava ser aprimorado…
Depois de aproximadamente 100 anos, Nicole Ponsardin, conhecida como Veuve Clicquot (em português, viúva clicquot – que também se transformou em marca), esposa de Felipe Clicquot, inventou dois processos que transformariam o vinho espumante: o processo chamado de remuage (girar as garrafas) e o dégorgement (“a degola”).
O primeiro consiste em girar constantemente as garrafas para evitar que os resíduos da fermentação fiquem grudados nas laterais, fazendo com que se acumulem no gargalo.
O segundo consiste na retirada dessas impurezas para que o vinho fique límpido. Para fazer isso, é preciso congelar o gargalo para poder abrir a tampa e retirar os resíduos congelados.
Criou-se, assim, o que chamamos hoje de método champenoise, que passou a ser copiado mundo afora para a produção de vinhos espumantes. A partir desse momento, o Champanhe ganhou fama e notoriedade, passando a ser sinônimo de sofisticação!
Ficou interessado na história do monge que criou essa maravilha? Assista ao vídeo abaixo!
Classificações dos espumantes
Durante o processo de produção do vinho espumante, após o dégorgement (retirada dos resíduos de leveduras congelados), adiciona-se licor ao vinho para recompor o teor de açúcar. Depois dessa adição de açúcar, o vinho fica mais um período armazenado para então estar pronto para ser consumido.
Assim, a partir desse momento, o espumante pode ser classificado segundo o teor de açúcar em brut nature, extra-brut, brut, extra-sec, sec / dry, demi-sec e doux.
- Brut Nature: menos de 3g de açúcar por litro; é o mais puro
- Extra-Brut: sem adição extra – só açúcar residual, até 6g por litro
- Brut: seco, com até 15g de açúcar por litro
- Extra-sec: muito seco, de 15g a 20g de açúcar por litro
- Sec: seco, de 17g a 35g de açúcar por litro
- Demi-sec: entre o seco e o doce, de 35g a 50g de açúcar por litro
- Doux: doce, acima de 50g de açúcar por litro
Considerando as regras da região de Champagne, existem, ainda, outras classificações, como a referente à safra e ao tipo de uva utilizado. Assim, como já explicamos no artigo sobre o vinho francês, em relação à safra, o champanhe pode ser: não-millésimé, quando não tem referência ao ano ou à safra, pois é feito a partir de uma mistura de vinhos de várias safras; millésimé, o produzido só com uvas da safra indicada no rótulo (são os melhores, pois somente são produzidos quando a safra é excelente) e cuvée de prestige, feito a partir da mistura de diferentes tipos de uva de distintas safras, mas só com as melhores (é um vinho nobre, como o Dom Pérignon e o Laurrent-Perrier’s Grand Siècle).
A outra classificação refere-se ao tipo de uva utilizado. Assim, o champagne pode ser:
- Rosé: feito com mosto de uvas tintas
- Blanc de Blancs: feito a partir de vinho base branco de uva chardonnay
- Blanc de Noirs: feito a partir de vinho base branco de uvas tintas, pinot noir e/ou pinot meunier
A seguir você encontrará dicas de espumantes, de prosecco, de champagne e de cremant!
Espumantes brasileiros
Adolfo Lona Charmat Brut
Produtor: Adolfo Lona
Região: Brasil, Garibaldi
Uva: Chardonnay e Pinot Noir
Nota: VV 3.5
Preço: R$ 55
Onde comprar: Vinhosite
Adolfo Lona Brut Rosé
Produtor: Adolfo Lona
Região: Brasil, Garibaldi
Uva: Chardonnay e pinot noir
Nota: Medalha de Prata do Júi Técnico no Prêmio Brinda Brasil do Espumante (2016)
Preço: R$ 55
Onde comprar: Vinhosite
Espumante Cave Geisse Nature Método Champenoise
Produtor: Cava Geisse
Região: Brasil, Pinto Bandeira
Uva: Chardonnay e pinot noir
Nota: VV 3.8
Preço: R$ 76
Onde comprar: Vinhos e Sabores
Espumante Miolo Millésime Brut D.O
Produtor: Miolo
Região: Brasil, Vale dos Vinhedos
Uva: Chardonnay e pinot noir
Nota: VV 3.8
Preço: R$ 102
Onde comprar: Vinhos e Sabores
Espumante Casa Valduga Maria Valduga
Produtor: Casa Valduga
Região: Brasil, Vale dos Vinhedos
Uva: Chardonnay e pinot noir
Nota: VV 4.1
Preço: R$ 239
Onde comprar: Vinhos e Sabores
Espumantes Italianos
Espumante Muller Thurgau Quota 650
Produtor: Mezzacorona
Região: Itália, Trentino Alto Adige
Uva: Muller Thuargau
Nota: Medalha de Prata no Mundus Vini 2015
Preço: R$ 88
Onde comprar: Vinhosite
Espumante Rotari Trento DOC Brut
Produtor: Rotari
Região: Itália, Trento DOC
Uva: Chardonnay
Nota: Medalha de Prata no Mundus Vini 2013 e no Sunset International Wine Competition 2014
Preço: R$ 130
Onde comprar: Vinhosite
Prosecco
Prosecco Di Treviso Salatin Extra Dry
Produtor: Salatin
Região: Itália, Vêneto (Treviso DOC)
Uva: Glera
Nota: VV 3.7
Preço: 88
Onde comprar: Vinhosite
Prosecco Canevari
Produtor: Canevari
Região: Itália, Vêneto – Canegliano
Uva: Glera
Nota: VV 3.4
Preço: R$ 93
Onde comprar: Bacco’s
Ruffino Prosecco DOC
Produtor: Ruffino
Região: Itália, Vêneto
Uva: Glera
Nota: 3.6 VV
Preço: R$ 108
Onde comprar: Todo Vino
Champagne
Champagne de Barfontarc Tradition
Produtor: Barfontarc
Região: França, Champagne
Uva: Chardonnay e Pinot Noir
Nota: Medalha Ouro Concurso de Bruxelas 2016
Preço: R$ 245
Onde comprar: Vinhosite
Champagne Ayala Brut Majeur
Produtor: Ayala
Região: França, Champagne
Uva: Pinot noir, pinot meunier e chardonnay
Nota: VV 3,5
Preço: R$ 463
Onde comprar: Mistral
Cremant
Cremant de Bourgogne QV
Produtor: Vignerons de Bel-Air
Região: França, Bourgogne
Uva: Chardonnay
Nota: VV 3.3
Preço: R$ 110
Onde comprar: Vinhosite
Léon Beyer Cremant D’Alsace
Produtor: Léon Beyer
Região: França, Alsácia
Uva: Blend
Nota: VV 4.0
Preço: R$ 220
Onde comprar: Todo Vino
Informações atualizadas em julho de 2016.
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E se sentiu falta dos famosos espumantes espanhóis, não deixe de conferir nossas dicas de Cavas no artigo sobre o vinho espanhol.